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Mensagem da ANATEST para 2020


Nos últimos anos, especialmente em 2019, foram evidenciadas as necessidades da reformulação das bases para mudanças de paradigmas na cultura prevencionista no Brasil.

Lembrando que a Segurança e Saúde no Trabalho é composta pelos trinômios: investimento, comprometimento e informação, interpretados e executados pelo governo, trabalhadores e empregadores.

A complexidade da área requer ética, competência e dignidade. As fases requerem prevenção, reparação e correção de rumos. 

A convergência depende da vontade social, vontade política e ações focadas como condições-base para dar respostas a essa gigantesca demanda, com resgate do protagonismo do governo e mais comprometimentos dos empresários e representações dos trabalhadores.

Considerando que na promoção e gestão de SST somos os principais atores, podemos afirmar que a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - Decreto Presidencial Nº 7.602, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2011, ( QUE O ATUAL GOVERNO ANUNCIOU A REFORMULAÇÃO DESTA POLITICA), desdobrada em 8 objetivos, a saber:

  • 1. Universalização;
  • 2. Harmonização da legislação prevencionista;
  • 3. Ações integradas de governos;
  • 4. Critérios de priorização das ações prevencionistas;
  • 5. Rede integrada de Informações;
  • 6. Gestão de SST nos Serviços Públicos;
  • 7. Introdução da cultura Preventiva nas grades de ensino de todos os níveis
  • 8. Agenda Integrada de pesquisas em SST.

O plano destes objetivos visa promover ações e gestões prevencionistas universalizadas para os 108 milhões de trabalhadores do Brasil, incluindo servidores públicos e todas as demais modalidades de relação do trabalho - sabendo-se que, desses, 45 milhões são trabalhadores regidos atualmente pela CLT, protegidos pelas Normas Regulamentadoras em Gestão de Segurança e Saúde do Trabalho, apesar do generalizado desrespeito na sua aplicação pelas empresas e pouco empenho do Governo em fazer cumprir esta legislação, a implantação na pratica destes objetivos certamente promoverá a geração de emprego e trabalho para milhares de especialistas Técnicos e beneficiará milhões de trabalhadores.

No atual curso de reforma das Normas Regulamentadoras, defendemos os principios dos 8 objetivos da política, como interessados e comprometidos com a promoção da cultura prevencionista, geração de emprego e trabalho digno para os Técnicos de Segurança do Trabalho, estímulo à pratica do sentimento de classe e corporativo com autoestima, ética e responsabilidade social.

Afinal, nós, os técnicos de segurança do trabalho devemos compreender que somos o maior “exército” de prevencionistas do Brasil, com 430 mil profissionais formados e 120 mil atuando na profissão, o que nos permite afirmar que a revolução esperada para promoção da prevenção de acidentes, doenças do trabalho e a promoção da cultura prevencionista acontecerão se assumirmos o protagonismo que nos cabe.

Historicamente, é sabido que todas as grandes mudanças só acontecem por meio de mobilização e vontade social, convergindo em atitudes. Neste momento que o Brasil passa por uma profunda crise econômica e política, não devemos permitir que esta situação seja mais uma base de argumentos para os negativistas da prevenção. Vejamos um exemplo dos argumentos de um importante consultor empresarial, Afonso Pastore, afirma que os acidentes e doenças do trabalho consomem 4% do PIB Nacional, com 70 bilhões de prejuízos.

Vamos, por analogia, considerar o interesse de. Erra quem entende que SST representa destruição de empregos e inviabilização de empresas. Entendemos que as novas tecnologias mudam as novas relações trabalho e empregos, além de impactar na segurança da trabalho, que não podem representar sofrimento. Nós, prevencionistas, por questões humanitárias não podemos defender o emprego que mata, mutila e adoece em decorrência do trabalho. Neste momento o que estava ruim fica ainda pior com os retrocessos da reforma da legislação trabalhista, especialmente com a terceirização e flexibilização dos direitos de proteção do trabalho, que já estamos registrando precarização.

Portanto, convido todos os colegas de profissão a transformarem 2020 no ano da consolidação das esperadas mudanças de rumos na Segurança do Trabalho, adotando forma proativa, com gestão competente em ações contínuas, valorizando o micro para atingir o macro, considerando que cada real investido na prevenção representa economia de 4 reais com prejuízos diretos e indiretos, ocasionados por acidentes, configurado como uma das maiores mazelas nas nossas relações de trabalho. Este desafio é nosso, buscando a promoção da cultura prevencionista junto aos trabalhadores, governo, empresários e sociedade, afinal somos os especialistas em SST e devemos fazer o protagonismo.

Parabéns aos profissionais TSTs pela escolha da profissão, considerada a mais relevante na condição de preservar vidas, sendo carinhosamente chamados de “anjos da guarda ocultos” dos trabalhadores, e rotulados injustamente como “chatos” por outra parte que ignora o nosso papel. Os acidentes e doenças do trabalho acontecem onde a prevenção falha, não existe prevenção somente no papel, a gestão presencial nos postos de trabalho é a base para obtenção de resultados objetivos, isto é o que se busca com as reformas das normas de SST. Sejamos comprometidos e recompensados com os resultados positivos da qualidade de vida no trabalho.

"Quem sabe faz a hora não espera acontecer"
Geraldo Vandré

ARMANDO HENRIQUE
ANATEST